quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Podemos!

E talvez tudo isso possa acabar.
Talvez daqui a pouco possamos viver longe de tudo e nada.
Viveremos outra vida, outra realidade e teremos outros sonhos, delírios, devaneios.
Podemos até formar uma família, quem sabe? Plantar umas flores no fundo do quintal. Que tal se colocarmos aquele balanço que sempre sonhei  pendurado na árvore?
Passamos por diversas situações, já estamos aqui então podemos fazer qualquer coisa. Realmente podemos. Podemos ter o mundo em nossas mãos.
Jogar tudo para o alto, pegar o carro e cair na estrada, meu bem.
Por quê não fazemos?
Sim, está tudo mudando. Não podemos ficar estagnados nessa monotonia.
Temos o mundo! podemos fazer qualquer coisa!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Prisma

Foi a dor de cabeça que a fez acordar desta vez.
Ela via uma luz acessa no escritório e pensou que seu pai ou seu avô estivessem trabalhando em alguma coisa. A passos trôpegos de quem acaba de acordar, ela atravessou os dois tapetes e parou na porta do cômodo vazio, apagou a luz e entrou, luz não combina muito com o estado em que estava, ela olhou o relógio eram quatro e quinze da manha de uma quarta-feira, “dia inútil” pensava ela.
Julia resolveu tirar um ano de férias, então ela vivia num eterno final de semana, as vezes badalado, outras vezes solitário, a maioria das vezes tedioso.
Depois do segundo mês de “férias” ela já não conseguia mais dormir antes de cinco da manha, então passou a tomar tranqüilizantes a meia noite, dormia até as dez e depois ia dar uma volta, se o tempo ajudasse é claro.
Os cabelos dela caiam cansados sobre a blusa velha que usava como pijama, deixou seu corpo pousar no sofá fechou os olhos e os abriu imediatamente, não era justo que todas as vezes que fechasse os olhos pensasse nele, mas a vida não é nada justa, e ela se permitiu afogar-se na melancolia mais uma vez, quanto tempo havia se passado? Um ano, dois, ou talvez fosse um mês, uma semana, um dia, a cena era a mesma, sua lembrança mais forte.

Julia estava com um rabo de cavalo alto, usava um short jeans claro e sua blusa do Nirvana, Dan estava com aquele all star azul que ela adorava, eles pararam o carro na ponte que fazia curva, estava enferrujada, interditada, mas é claro que isso pouco importava, ela seguiu andando pela ponte até onde os trilhos cobriam o rio que a cortava, ele só acendeu o cigarro e olhava com curiosidade – sem preocupação, um indício que não se importava talvez – Ela voltou devagar pra ele, com algo nas mãos,
Era um prisma, uma bolinha de cristal que cabia no bolso do seu short. Com um sorriso torto ela colocou o prisma em sua mão e disse “Feliz Natal” ele olhou dentro dos olhos dela e a beijou como se nunca mais fosse beijar ninguém.
Abriu os olhos, estava no escritório, ainda eram quatro da manha, ainda era quarta-feira,
Ela voltou para seu quarto, tomou mais um remédio, e dormiu até uma da tarde.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O erro

Existem pessoas, raras e doentes, pessoas passionais e mesmo assim frias, tentando moldar as situações de acordo com seus interesses. Pessoas que podem ser o seu melhor sonho ou seu pior pesadelo, que podem infiltrar idéias em sua mente, montar e desmontar suas percepções como se fosse um quebra cabeça.
Conheci alguém assim, há alguns meses, e talvez tenha sido a pior pessoa que eu pudesse conhecer.
Tudo aconteceu muito rápido, a multidão dançante ia e vinha, havia muita fumaça e as luzes coloridas ofuscavam nossos rostos, a musica alta ensurdecia nossos ouvidos. E mesmo assim, eu me apresentei como Lucy, afinal qual seria o problema de reviver uma personalidade que sempre extraiu de mim a espontaneidade e a loucura pura e simples. Eu disse pra ele que nós nunca mais nos veríamos novamente.
Deixei tudo acontecer, o primeiro lugar que fomos foi a Catedral, quatro vitrais enormes cercavam a construção coberta de silencio e simbolismo; sem aproximações ou beijos nós seguimos adiante.
Tudo resulta de um processo e o fato é que quando ele me salvou eu estava acabada, tudo em que eu acreditava havia desmoronado e o cotidiano não fazia mais sentido, eu tinha perdido alguém que eu não queria e não aguentaria perder, então busquei suporte em quem eu sabia que iria me segurar.
Enfim estávamos seguros, respirávamos fundo, dividíamos segredos, cantávamos e assistíamos filmes, fiz dele minha casa, eu não enganei ou manipulei, só vivia um dia após o outro, vivendo de longas conversas e de vazios preenchidos pela enorme conta de telefone, sempre conectados mesmo quase nunca juntos.
Até que as brigas começaram, ele não aceitava o modo que eu lidava com minha vida, criticava meus hábitos, meus amigos, mas quando estamos reunidos, todos, ele tentava agir como se concordasse, ele precisava da aceitação do grupo, precisava de atenção, de um palco, a vida dele funcionava como um grande filme dramático e ele cumpria seu papel de ante herói, manipulador e cativante, que acaba caindo em sua própria armadilha.
Depois de um mês eu já estava mais confiante, sabia que ficaria bem mesmo sem ele ou qualquer outro, eu podia atravessar a rua sozinha, e lembrar onde guardei a chave.
As criticas dele só aumentavam e eu agora enxergava todos os seus defeitos, ele estava me sugando me arrastando para outro buraco negro, e neste eu não iria entrar, assim sendo numa madrugada de quarta feira eu disse com todas as letras que eu não queria mais.
Acontece que ele não conseguiu manter distância, me procurava, falava e calava, chorava, tomava remédios e se afogava num sono que talvez não tivesse volta; me fazia sentir o próprio demônio por fazê-lo sofrer daquela forma.
A partir dai eu não sei o que aconteceu comigo, minhas idéias circulavam entre o amor doente que nos cercava e a indiferença e a impaciência que povoava meus pensamentos enquanto eu não escutava sua voz, a cada ligação eu mudava minha opinião, mordendo e assoprando sem tomar real consciência do que estava fazendo.
Dois encontros se sucederam, tentavas de encontrar “o caminho do meio”, promessas, beijos, traições e mentiras sendo reveladas, e depois corrigidas, ele escrevia e apagava a verdade contando uma hora uma coisa outra hora outra, fazendo de minhas certezas um poço de desconfiança seguido de outro encontro onde o silencio e o desconforto da presença um do outro preenchia o lugar, até que não havia mais saída, nem maneiras de reconciliação, finalmente tinha acabado.
Duas pessoas dramáticas e confusas estão agora separadas e elas concordaram pela primeira vez que nunca mais se veriam novamente.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O vento

Quando o vento sopra forte entre as janelinhas amontoadas dos prédios, ele está tentando te dizer pra respirar fundo.
Às vezes respirar parece ser uma tarefa impossível, seguir adiante e deixar o vento forte e raro soprar sem inala-lo parece mais fácil, como se meu corpo estivesse cansado de mais para isso.
Não pensei que deixaria isso acontecer, a vida é surpreendente, mesmo quando somos pretensiosos ao ponto de achar que já sabemos tudo.
O vento sopra tão forte que carrega consigo o tempo e as palavras que poderiam me curar, sinto que preciso delas tanto quanto você.
Mas o vento quer ser destrutivo e nem se nós agarramos forte em algo seguro, conseguiremos escapar de ser levados.
O vento logo se torna um furacão então todas as casas solidas que haviam sido construídas desmoronam, as plantações se perdem, todos os planos, todos os momentos, voam.
E então quando só restar cacos e paredes e prédios tombados, pedaços mortos de pessoas, eu e você diante do estrago causado por um dia ruim, vendo as palavras duras e doces jogadas ao vento, parados sofrendo imóveis.
Logo vem a brisa, amor, e ela secará nossas lágrimas, e nós dará força para reerguer tudo o que foi perdido, de alguma forma, eu sempre tive a certeza que tudo terminará bem.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Vai dar tudo certo.

Desculpe amor,

Mas eu sou quem sou, andei muito, você não tem ideia o quanto, pra chegar aqui com estou agora.
Cada pedaço de mim foi costurado, minha vida é cheia de marcas, cheia de músicas e livros.
Eu aprendi andando tanto querido, que de nada adianta as brigas, que de nada adianta palavras duras, deixe-me por favor contar uma história:

"Havia uma senhora, que morava em uma cidade pequena, e falava mal da vida de todo mundo. Um belo dia ela se arrependeu e foi ao padre, - Padre, querido Padre, como eu faço para reverter o mal que fiz? e o padre disse: - depene uma galinha, suba a tore da igreja e jogue as penas ao vento. E assim a senhora o fez, depois voltou ao padre para saber o resto de sua penitencia - Pronto Padre, fiz tudo como o senhor mandou. e o padre então respondeu - agora busque-as. A senhora desesperada, não conseguiu catar nem metade delas. E então o padre disse: Senhora, suas palavras são como penas ao vento, uma vez ditas raramente podem ser retornadas"

Diante dessa historia, tão singela e esclarecedora eu te digo amor, de que adiantam as palavras faladas na raiva?

Eu posso não saber ao certo o que fazer mas sei o que quero, quero sentir a tranquilidade e a calma invadindo nosso espaço, quero sentir o carinho tão puro que temos e é tudo tão raro.

Não se joga fora ou se balança algo assim o tempo inteiro.
Então adianto-te logo, se não tiver certeza, não diga que tenha.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A festa dos zumbis

Hoje eu bati com a cabeça, o pé direito era baixo demais.
Então parei para olhar entre as escotilhas, eu não conversava com ninguém, não queria falar nem dar margens ao nada.
Comecei então a observar, as pessoas em baixo ouviam música a 95 dB no mínimo, e mesmo assim elas se movimentavam como bonecos de Olinda, apáticos.
Eles bebem, usam o que estão nas lojas, tentam, tentam e tentam, achar algum motivo medonho, na verdade eles só fazem parte do cardume, eles são tão miseráveis e morrem de medo do movimento, morrem de medo da expressão, não suportam a idéia de parecerem ridículos.
As pessoas não se divertem mais, não perdem os limites, mesmo quando estão entre luzes brilhantes e ritmos pulsantes. Tão presas, tão mórbidas, elas só conseguem me deixar triste e desesperançada essa é nossa juventude? Ao som de Strokes balançando os troncos apáticos?
Então eu me vi sozinha, minha cabeça latejava.
Andando em direção a porta do cemitério, e por Deus, eu não estou sendo ironica, andando em direção a exatamente onde todos nós robôs, vamos parar, eu não resisti a auto-piedade, eu não sou empolgada e motivadora em tempo integral, meus olhos antes perdidos no caminho começaram a marejar, por mim e por eles.
Moradores da caverna, saiam de onde estão, a falta de reflexão critica, de subjetividade e de entusiasmo vão sufocar vocês, por favor, dancem com vontade, vivam com alegria, percebam o clima, admirem o céu, leiam os livros. Porque uma hora acaba, e você vai estar sozinho a caminho dos portões do cemitério

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Eu culpo as comédias romanticas

Fechem os olhos e imaginem a cena depois de ler obviamente

Sexta a noite, uma semana depois dela o ter conhecido em uma festa qualquer seis dias atrás.  Ela está em casa usando, shorts e uma camisa cinco vezes maior do que o seu tamanho usual, (nada sexy hum, mas é a triste realidade), os cabelos estão presos em um coque frouxo e ela está na cozinha com a garrafa de mate na mão e o celular na outra. Pra ela segurar o telefone na mão já havia virado um toc, assim como roer as unhas, habito o qual ela foi forçada a abandonar após uma seção masoquista envolvendo extrato de pimenta e lágrimas.
O celular tem sua própria razão de ser, as pessoas podem magicamente falar com você após digitar uma sequência de números codificados então ele tocará sua musica personalizada e toda sua vida ficará bem pois você sabe que ainda tem contato com o resto do mundo, embora o sofá a tv e o pote de sorvete gritem o contrário.
Este aparelho que pode ser uma varinha mágica ou um objeto de tortura , está na mão da menina há pelo menos três horas ininterruptas e há pelo menos duas horas e trinta minutos ela parou de senti-lo como se o aparelho fosse parte integrante do seu corpo. E todo esse melodrama envolve, como não poderia deixar de ser, um rapaz.
Ou  poderíamos deixar o pronome indefinido de lado, não um rapaz mas sim o rapaz; na verdade só seria a bola da vez, o cara pelo qual a menina idiota que segurava o telefone estava afim.
Ela acreditava piamente que ele ia ligar, não só uma vez, mas sim para te dizer bom dia, boa noite e quem sabe, talvez, boa tarde? ela também acreditava que eles iriam sair num futuro próximo, ele a levaria em "seu lugar especial" em um ou dois meses ela conheceria a família dele, eles passariam um final de semana romântico em algum lugar e assim seriam o que convêm chamar de um casal feliz, ah, eu esqueci de mencionar que o status em suas respectivas paginas na internet seriam modificados para um "relacionamento serio".
Mas eu tenho uma triste noticia para dar a essa garota, que poderia ser você, sua irmã, a moça da padaria, sua vizinha, sua colega de classe, sua chefe e até sua avó se existisse celular naquela época.
Esse consciente comum de que a vida amorosa de uma garota vai dar certo é que as deixam assim iludidas, eu poderia culpar os valores, sim os valores que forçam fazem uma garota andar na linha; os valores que andam meio confusos e apagados, esses mesmos valores que comandam a vida em sociedade, ainda bem que a "sociedade" não está dentro das boates da lapa não é mesmo? (...)
Mas na verdade são as comédias românticas, sim Bridget Jones & Cia, a culpa é de vocês! são esses exemplos fictícios onde tudo dá certo, da forma mais improvável de todas e o cara sempre arma o maior carnaval para dizer as palavras que deveriam ter sido ditas no começo do filme sejam elas "eu te amo", "quer namorar comigo?", "eu não sou gay!" ou até "me desculpe por ter transado com a sua irmã, eu sou um idiota". Eu queria ver uma comédia romântica baseada em fatos reais, vamos lá, alguém conhece uma? não?não mesmo? talvez porque elas não existam, acho mais fácil alguém fazer um filme natalino com o Papai Noel no papel principal baseado em fatos reais que uma comédia romântica.
Talvez o cara ligue pra menina, provavelmente eles vão sair sim, vão para o cinema (espero que não assistam uma comédia romântica) ele vai beijá-la e ela não vai recusar, eles vão conversar, e quem sabe ele apresentará a família pra ela, e eles serão o casal feliz; mas isso é um talvez, não uma certeza.
Então garotas, eu tenho um ultimo conselho, talvez o melhor que eu já tenha dado: assistam mais suspense.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Para você conhecer minha casa

Não sei de nada.

Enquanto olho a bagunça, parece que estou vivendo dentro de mim, fiz do meu corpo casa, e da minha casa corpo.

No quarto, retratos, remédios, cobertores e roupas

Na cozinha, a torradeira, a pia, os armários e as roupas

Na sala, a TV em stand bye assim como minha vida, o sofá e as roupas.

Eu sei que sou errada, sei que ando na contra mão de tudo quase o tempo inteiro, sei que perco tudo e nunca encontro nada, sei que peco muito, mas pelo menos, eu peco pelo excesso e não pela falta.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Guerrilha

Os meus saltos são sem cordas.
Meu cavalo não tem sela.
E assim corro desenfreada.
Sem amarras eu me jogo esperando que não haja queda.

Se nos prestamos a ser guerrilheiros, que não tenhamos medo da morte.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Pelo drama

Pelo vento gélido da insegurança continuar soprando em nossos estômagos,
e a mão invisível apertando nossos corações
a pior sensação do mundo
a sensação que se mais tem
Deixamos "nas mãos do destino" e usamos expressões como "o que tiver que ser será"
coisas que queremos, mas que não depende só de nós,
coisas que mascaramos inutilmente
Esperar, se conformar, negar... "era melhor mesmo não ter acontecido" pode apostar que é mentira.
Isso tudo é pelo drama, pelo prazer de transformar vidas em cenas.
Pra ter um final feliz.

domingo, 14 de agosto de 2011

Domingo

Eu estava cozinhando, espaguete, molho de tomate...ok, ketchup, cenouras, couve-flor e brócolis, fritando pedacinhos de carne, para fazer algo que podemos chamar presunçosamente de yakisoba, quando o telefone tocou então eu li seu nome escrito e o ar congelou em meus pulmões
-olá!
eu disse parecendo casual.
e a conversa fluiu, como sempre faz, deixando minha cozinha um pouco mais animada e cheia de esperança.
uma vez você me perguntou se me fazia feliz.
Agora eu preciso reafirmar, que sim. Você me faz muito feliz.
Mesmo tendo me transformado numa velha que passa dois fins de semana em casa seguidos, assistindo as peripécias de Carrie Bradshaw e cia.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Em trinta segundos...

- Se você gosta dele, porque não esta com ele agora?

Uma longa pausa, separou os dois. Ela estava parada na porta, impedindo a sua saída, tantas palavras  foram ditas, quanta expectativa e magoa presa na conversa. Ela não tinha pudores em ser má com ele, não se importava em dilacera-lo contanto que ele permanecesse longe.

Após a pergunta fatídica, primeiro ela sentiu dor, como uma facada; surpresa e ausência em um golpe certeiro na barriga; o rapaz, não se sabe como, acertou a faca em cheio.

Depois veio a indignação, como ele poderia julga-la pelo fato de estar sozinha? Como ele podia ser tão baixo? ela sabia que ele queria sua cabeça pendurada na parede, não deveria ter se surpreendido tanto.

E finalmente ela vasculhou a mente, procurando uma resposta adequada, havia tantas delas, como um cardume de respostas práticas e até mesmo verdadeiras, mas exatamente como um cardume elas se mexiam rapidamente e era impossível agarrar uma só.

Então decidiu pela constatação óbvia, mesmo ela sendo o ultimo dos motivos, era a que não saia de sua cabeça:

- porque, ele não é meu namorado.

E isso tudo passou por sua cabeça em trinta segundos, como em um filme.

Ele abriu a porta e saiu, acostumado com a resposta corriqueira.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

olhinhos



Os seus olhinhos aquosos olhavam para ele como se perguntassem o que iria acontecer depois, mal sabia ela que o homem, como todo mundo, não sabia a resposta, nem dessa pergunta nem de nenhuma outra.

Diferente dele -que olhava e suspirava apático - a menina queria saber as respostas, estava curiosa demais, aflita demais, para desistir de saber o que se passava.

Então o homem olhou mais uma vez dentro dos olhos brilhantes e molhados e acenou com a cabeça, confirmando. Não sabia o que estava confirmando. Mas em dias assim é sempre bom dizer que sim. alimentar as esperanças dos mais desorientados.

A menina, contente com a confirmação, sorriu aliviada e deixou seus olhos fecharem, mais sossegados. O homem estava tranquilo, então não havia o que temer.



segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Sede. Ansia. Vontade.


Sede de viver a vida, tomando-a em goles fartos
sem medo de acabar com a garrafa.

Ansia de carinho, de não mais estar sozinho
de poder olhar nos olhos e se ver refletido.

Vontade de consertar, de ver funcionar.
de achar dentro de si o amor que se havia perdido.


E os dias passam.
O tempo mata as novidades.
O café esfria,
o vapor acaba.
Mas eu continuo aqui.
Bebo o café mesmo frio.
Leio jornais velhos.
Tentando enganar o tempo.
Até a sua volta...

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Acontece assim, do nada

Ela já não possuía alguma esperança em encontrar alguém que preenchesse seu absurdo vazio.
Ele já não acreditava em coisa alguma que viesse de seu coração e pensava que este estava morto.
Eles tinham ideias parecidas, tiveram seus corações despedaçados.
Ela tornara-se fria e não mais demonstrava qualquer sentimento. Ele recuperava-se e estava tentando voltar a ser o romântico incorrigível de antes.
Eis que ela cruzou o caminho daquele que parecia ser o menino certo e perfeito. E eis que seus corações voltaram a bater e eles deram uma enésima chance para o amor.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Como eu disse que faria.

Com você eu caminho no escuro, as vezes literalmente falando.
Andamos devagar e com cautela como se houvesse alguns pregos soltos pelo chão, e nenhum de nós quer se machucar.
Paro de fazer sentido e deixo as ideias fluirem sem medo do resultado, assim viajando no espaço-tempo sem pretensões maiores de que as ideias sejam aplicadas na prática.
Eu não tenho planos pra você.
E você não os tem pra mim.
Você me olha o menos possível, como se eu fosse fazer você virar pedra ou algo assim.
E talvez eu faça mesmo.
Estamos na contramão um do outro, como se contrariássemos o destino, e mesmo assim eu não desisto.
Não sei porque, eu não consigo ficar longe de você.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

O limbo

O lugar era úmido e nublado, as vezes chovia outras um sol pálido cintilava entre a vegetação já envelhecida e apática. Pessoas confusas vagavam tentando achar, o que há muito havia se perdido, procuravam o instante em que haviam fracassado, pois sempre há um minuto que muda tudo, estava tudo bem a dois segundos atrás mas a gota d'água caiu entornando o copo cheio.
Vagando pelas palavras, rascunhando a mente, elas sempre perdem seu objetivo principal e se tornam aleatórias; acabam por ceder a rotina, ceder nas escolhas, o que importa se a porta já não se tranca, se não pode ser feito hoje, se vamos esperar sentados mais algum tempo?
Não importa contanto que algum dia se faça, que o que se procura seja encontrado, e que o vento continue soprando seu rosto.

Tudo vai ficar bem.

domingo, 24 de julho de 2011

Opostos

Ela o amava de uma forma inexplicável e difícil de entender. Ele, bem, não sabemos o que ele sentia e se sentia falta da doce menina. Ela pensava nele o dia inteiro e sua imaginação terminava ser fértil. Ele, ninguém sabia o que se passava por sua cabeça. Ela tentava ser forte para seguir em frente e tirá-lo da mente. Ele simplesmente vivia um dia de cada vez. Ela saia, dançava e tentava ao máximo se distrair. Ele estudava, via seus filmes e nas horas vagas tentava ser o que não era. Ela acordava cedo e ia trabalhar, ele ia às suas massantes aulas cotidianamente. Ela era sonhadora e ele realista.
Mas, de alguma forma eles se completavam. Só precisavam de uma ajudinha do cruel destino.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Ela era forte e acreditava em amores verdadeiros e eternos. Era também sonhadora e toda vez ao acordar penteava seus negros e aveludados fios de cabelo que iam até a cintura, em frente ao espelho. Imaginava encontrar a pessoa perfeita, que a fizesse feliz para o resto da vida.
Foi à cozinha, preparou seu café, como fazia todas as manhãs, abriu seu livro e pensou em como seria se tivesse alguém.
- Faríamos tudo junto! - pensou em voz alta- Passaríamos a manhã jogados na cama observando cada linha, cada detalhe do rosto do outro; leríamos infinitos livros e nos imaginaríamos como personagens; eu faria o jantar enquanto ele trabalha em um de seus textos; dividiríamos um cigarro, beberíamos vodka e daríamos altas e longas gargalhadas; veríamos seus filmes chatos e eu adormeceria em seus braços; planejaríamos nossos filhos e teríamos pequenas discussões sobre qual nome escolher; enfim, seríamos um só! - Terminou seu pequeno devaneio e voltou ao seu livro.

sábado, 16 de julho de 2011

LPCS

Cinco anos atrás, estava certa que ele seria meu, apesar de toda a relutância, e de todos perceberem o que eu não conseguia ver, só enxergava a pessoa culta e engraçada que estava por baixo de um nariz de porquinho e um gosto muito duvidoso para roupas. um nerdizinho que usava seu jeitão de Jim Carrey como disfarce para sua terrível timidez.
Meu Deus como eu conseguira me enganar tanto com alguém, logo com ele que era a pessoa que mais importava, ficou no topo da lista de pessoas preferidas por anos... um sorriso triste e nostálgico se abre em meu rosto agora pois eu vejo com toda clareza que acabou completamente, sem vestígios dos pedacinhos que ficaram espalhados pelo chão como cacos minúsculos de vidro fino.
Há cinco minutos estava conversando com um garoto jovem, malhado, que faz academia e passa o resto do dia em frente ao computador sem fins lucrativos; um garoto que fala gírias gays como respira, que vai a festas pops e analisa suas possíveis presas com um piscar de olhos, ele tem 23 anos e vive com o dinheiro da mãe, fez uma faculdade particular, pois não quis se dar ao trabalho de tentar de novo, um garoto tão profundo como um pires.
Irreconhecível é a palavra para defini-lo, quando você deixa de amar alguém ela se mostra a pessoa mais bizarra já vista pelo homem, ainda mais quando ela se assume homossexual não só no sexo mas dita isso como um estilo de vida, sua sexualidade se tornou uma religião e qualquer coisa que não se encaixe no padrão gay, não é bem vinda, assim como o piano que tocava e as roupas que usava.
Ele é outra pessoa agora, alguém que eu não faria a menor questão de me aproximar.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

"Por favor, Mett"

Fazia muito sol naquele dia, e ele olhava de dentro para fora, a vitrine cheia de cristais pendurados em forma de lustres, quando os raios de sol atingiam os micro vidrinhos a loja toda parecia ter sido inundada de alegria e paz. Ele sabia muito bem o que era paz, o sentimento mais sereno, muitas vezes confundido com estagnação e tédio, mas Matheus sabia bem que paz nada tinha a ver com aquilo e sim com um gosto doce e sereno que se sentia na boca e ondas mornas que se invadiam seu corpo.
- Que horas você chegou hoje meu filho?
Perguntou a velha Zenilda, dona da loja Vidros Perfeitos, na qual ele trabalhava havia mais ou menos três anos, e todos os dias Zê (como era chamada) o perguntava a mesma coisa.
- Cheguei as oito dona Zê - Respondia ele cotidianamente, mesmo tendo chegado as dez ou onze da manha, acontece que mal havia chegar um pouco mais tarde se Amanda sempre o acobertava?
Amanda, a doce Amanda pensou ele sentindo o princípio de uma ereção, ela era daquelas que pareciam ter acabado de sair de um pote de mel, sua pele tinha a cor e o cheiro de néctar de abelhas, seu cabelo vivia solto na altura dos ombros eram castanhos assim como os olhos, e tinha o corpo que a natureza concede a todas as jovens sadias de dezessete anos.
Ele estava apaixonado e apenas por isso naquele dia havia realmente chegado as oito, já que Amanda que era filha de dona  Zê ali estava a esperar por ele.
Há meses ele vinha tendo sonhos e mais sonhos com ela, desde que ela se mudara de Ouro Preto para a casa da mãe no Rio, ele não pensava em outra coisa, mal ousava comentar tal coisa aos amigos, afinal não pegava nada bem pra uma cara de vinte e um anos, nascido e criado na malandragem das favelas cariocas como ele se apaixonar pela filha gostosa da patroa.
Matheus nasceu e cresceu no Canta Galo, e desde que fizera dezoito anos começou a trabalhar direitinho com carteira assinada , na vidraçaria de dona. Zê, ele não era um dos muitos marmajões encostados na aba da maconha que existiam por ali, ele estudou a vida toda, seguindo os conselhos de sua mãe e fugindo da malandragem de seu pai, passou no vestibular para engenharia elétrica e agora estudava a noite e aplicava seus conhecimentos na loja onde trabalhava, seu trabalho era provisório claro, mas de meses em meses se formam anos, e o tempo passa mais rápido do que podemos contar, e assim ele foi ficando. trabalhando de dia e estudando a noite.
A luz começou a cair lentamente e ele foi colocar sua mochila e seu capacete para correr até a Tijuca era terça, a aula que ele menos gostava mas mesmo assim já estava prestes a sair quando ouviu alguém lhe chamar, ele se virou e era ela, estava usando uma calça jeans justa e uma blusinha branca, perfeita.
-Você me da uma carona Mett?
ele não podia ouvi-la chamar daquele jeito "Mett" havia algum jeito mais erótico para se chamar alguém? exeto é claro:
- Por favor Mett?
Este "por favor Mett" ecoou em sua cabeça como sinos e ele teve de usar todo auto controle do mundo para não agarra-la ali mesmo.
-Claro que sim, mocinha! onde você quer ir?- respondeu usando toda a desenvoltura que conseguiu, o que não era muita coisa.
- Eu vou conhecer o Maracanã com umas amigas, eu sei que você estuda ali perto, então...
- Vamos lá - entregou um capacete a ela - sobe ai.
Aparentando muita pratica ela colocou o capacete na cabeça e apertou seus braços finos contra a cintura de "Mett" o mais forte que conseguiu, pois apesar da desenvoltura com o capacete morria de medo de moto e de tesão por Mett.
Quando eles estavam chegando a Praça da Bandeira, ele olhou para trás para se certificar que ela estava bem e não viu quando o caminhão que estava a frente freou rápido de mais, quando ele voltou a olhar só o que viu foi a lataria do caminhão amassada e o corpo de Amanda atirado mais ou menos uns cinquenta metros atrás, e a última coisa que ouviu foi "o que esse neguinho filho da puta fez com essa menina?" do motorista do caminhão.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Tic Tac

Todas as vezes que nos despedimos eu sinto que será a última vez que o faremos;
Eu nunca entendo o que o seu olhar quer dizer;
As frases claras nunca são ditas;
Os meses vão passando;
Os dias seguem em fila, devagar, um após o outro,
Caindo num mar de esquecimento
Em uma contagem regressiva ritmada e sádica;
Mais um é menos um, um paradoxo infinito que tem a capacidade de definir pessoas;
Negativos de um lado, positivos do outro;
Segregados.

tic tac

segunda-feira, 4 de julho de 2011

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Um sorriso bobo surge novamente

É inevitável, mas não posso deixar de ficar feliz após receber uma notícia assim. Eu queria não ligar, não estar nem aí, mas o meu coração bate forte novamente e sinto um rebuliço em meu estômago. Não deixo de imaginar um possível futuro e começo a perguntar-me se ele pensou em mim nesse tempo, se sente minha falta e todas essas questões que eu nunca saberei as respostas.
É ridículo ainda insistir nesses pensamentos? É piegas imaginar-me ao lado dele só mais uma vez? Sinceramente, a opinião de alguém é o que eu menos quero saber agora.

sábado, 25 de junho de 2011

Ser criança só mais uma vez

 Às vezes bate saudade, o sentimento nostálgico fica forte e é quase impossível controlar as lágrimas.
Saudade de quando minha maior preocupação era que minha mãe não me desse a boneca que eu queria. Minha absurda inocência, meiguice e trancinhas que cativavam a todos.
 Lembro-me de sempre ficar chorando na porta quando meu pai ia trabalhar. Observava atentamente minha mãe fazendo seus incríveis bolos e a admirava tanto. Lembro do casamento de meus pais; eles se amavam de uma forma linda e fantástica. Meu irmão, todas as briguinhas bobas que tínhamos e agora sinto imensa falta de segurar sua mão e me sentir segura.
 Às vezes me dá muita vontade de ser criança novamente, deixar minha mãe me fazer maria-chiquinhas e esperar a hora de ir à escola, sentada vendo desenho animado.
 Se eu pudesse voltar ao passado, nem que por alguns instantes, eu voltaria à minha infância. Observaria como tudo era tão mais fácil, como a inocência emanava de mim e como eu era feliz só por ter meus pais por perto.


De

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Nosso Tempo

A comodidade que nos arrasta para o passado, que nos faz questionar coisas simples como por exemplo: "porque Senhor eu fui arredar o pé da casa de minha mãe?" mas então você pensa na liberdade adquirida mesmo que esta seja meio manchada, você lembra que dar satisfações passou a ser uma opção na maioria das vezes, lembra que a hora que você saia de um evento e a hora que você chega nele nos tempos atuais,  lembra que aquela cidade do tamanho do bairro que você habita está a 120 quilómetros de distância e que a maioria das pessoas desagradáveis e/ou que mereciam ser evitas são evitadas naturalmente pois você não é obrigado a vê-las graças ao tamanho enorme da metrópole que você mora atualmente, e alem disso há uma gama de opções enorme para você escolher o que vai fazer no fim de semana.
E uma transição complexa e meio dolorosa mas tudo bem, isso faz parte da vida, agora você pode analisar as situações por si só, e entender os filmes complexos antes que muitas pessoas, mesmo que o seu intelecto não seja comparado ao de uma senhora de cinquenta anos divagando você vai aprender a fazer o que quiser, este é o bom de saber que caímos de nossos ninhos e agora podemos viver nossas próprias vidas como tanto desejávamos apenas um ano antes.
O tempo sempre chega e o nosso é agora.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Sim Senhor!

- Então Gaga o que você acha de usar um vestido feito de carne?
- Vocês não estão pensando em me jogar aos cachorros, para acabar com minhas canções satânicas que fazem apologia a Judas e ao sexo, estão?
-absolutamente, só estamos querendo que você se torne a maior esquizofrenia pop de todos os temos.
-Nesse caso sim senhor!



so sexy
- O que você acha de embarcar em uma viagem super louca, encher a cara de absinto e beijar seu próprio irmão?
-Sim senhor!



saudade de ver fadinhas verdes e
nuas

- Então querida o que acha de tentar resgatar coisas que já deveriam estar enterradas pois estão exalando um cheiro tóxico de algo morto. O que acha de se meter entre alguns casais velhos e sem atracão sexual mutua?
- Sim senhor!
-Tem certeza ainda dá tempo de pular deste onibus.
- Absolutamente, afinal se não tentarmos como vamos saber como seria?
-Então você prefere se arrepender de ter ter feito a se arrepender de não ter tentado.
-Sim senhor!



Yes Man!

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Amor: a última utopia

Quando errámos prisioneiros queríamos ser livres: somos livres

Quando não podíamos votar fizemos que ouvissem nossa voz: agora votamos

Quando queríamos mudar o sistema: bem, vimos que não era possível na prática, não na Idade dos Heróis; quem sabe quando chegarmos na Idade dos Homens vamos passar a pensar no outro tanto quanto em nós mesmos.

Quando trabalhávamos 18 horas por dia quebramos máquinas e fizemos greves: agora trabalhamos apenas 8, temos férias e outros direitos trabalhistas que são sufocados pela burocracia, mas existem.

Quando não podíamos expressar nossa fé: criamos um país.

Agora que rezamos, falamos, trabalhamos e estudamos não há mais grandes causas a serem perseguidas a alienação pelo cotidiano nos dominou e só o que resta é esperar pelo amor que demora, mas uma hora deve chegar... tem que chegar.



quarta-feira, 8 de junho de 2011

Begging

Depois que as coisas aconteceram em uma velocidade impressionante, como um tango ou algo assim (estou com você, não estou mais) e todo estrago feito pelo acido de sofrimento líquido que tive que engulir a seco, o que está me lembrando a cena do filme Harry Poter não.sei.o.nome 6, quando o Dunbledore é obrigado a beber o líquido toxico e imploráva pela morte, dramático eu sei.

Podem tirar o drama da menina, mas não a menina do drama, ou vice-versa

A questão é que parece tão errado e ao mesmo tempo de uma importancia vital continuar, talvez seja apenas o medo da rejeição, ou talvez algo maior que isso. Afinal,  nada acontece por acaso.

...

terça-feira, 31 de maio de 2011

Saudade

Sabe, eu costuma escrever em um blog, muito capenguinha, não mais do que esse, o plano de fundo costumava ser um pistola "velho oeste" e o nome era auto explicativo.
Eu escrevia mentiras em sua maioria, não para os leitores mas para mim mesma; e na verdade eu nem percebia que não passava de ilusões reias ou projeções de coisas que estavam fadadas ao fracasso. Nós nunca percebemos a verdade quando a estamos vivendo, e depois de um tempo quando tudo já ficou no passado vemos tudo distorcido e surreal, como no quadro "As Horas" de Dali.
Tinham três ou quatro pessoas que sempre estavam lá, mesmo quando o post era de uma qualidade baixíssima, claro que minha mãe era uma delas ;) e as outras eram amigos, os quais ficaram em outro tempo.
Eu me obriguei a excluir o blog, porque eu só me afundava mais com todos.
Quando se escreve o que se sente nem sempre as pessoas são boazinhas com você, sua vulnerabilidade vai as alturas e ao mesmo tempo você cria uma arma de destruição em massa, pena que é auto destruição em sua maioria esmagadora.

Mas mesmo assim eu morro de saudades.

Laura 

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Alguem tenha a generosidade de me dar um mordaça.

Quinta feira, era só eu me manter sã, bastava isso, mas eu queria? não.
Era apenas uma questão de guardar minhas opiniões, manter a porra da boca fechada pelo menos uma vez não deixar  o grau etílico influenciar minha pergunta:
-você está apaixonado por mim?
                                                                   what the fuck

Era a segunda vez que eu abria e fechava a boca como um peixinho assustado, mordendo sua isca, na verdade a pergunta era pra ser a mesma que tinha sido antes:
-você quer essa cerveja?

Mas eu acabei indo um pouquinho além de uma cerveja, acbei tocando no assunto que sempre é adiado, e ainda por cima forçando uma resposta honesta. não importa (mentira) se tivesse sido negativa, mas teria que ser o que sentia, se não estivesse, fazer o que? (tenho mil respostas para essa pergunta, mas talvez ja tenho falado demais por essa semana, quiçá pro mes inteiro).

Laura, a menina que não sabe calar a maldita boca.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

She said

Aqui estamos nós. Laura e De. Duas meninas, ou se você preferir uma só pessoa . Duas meninas desequilibradas, neuróticas, piradas e bêbadas. Se pudéssemos escolher uma única palavra para nos definir seria bêbadas, sem dúvidas. Mas não pensem vocês que nosso mundo gira em torno de bebidas, festas e muita diversão. Temos que acordar todo dia às sete horas da manhã para mais um dia de batalha sofrida em nosssos respectivos empregos. Seja aturando cliente idiota e usando todas as forças para tentar ser simpática, ou ter que aturar papai noel judeu e redigir mil páginas sobre projetos arquitetônicos. E as pessoas ainda reclamam de só estudar, de morar com a mãe. Quero ver quando decidirem sair de casa.
Moramos juntas. Mas não é essa diversão toda não. O padrasto da Laura passa os dias da semana lá e ainda tem a insuportável e malévola dona Jups, nossa querida vizinha que tem como objetivo nos explusar de nossa humilde casa.
Sem pseudônimos dessa vez e reunidas iremos mostrar à vocês como nossa vida é bastante divertida, repleta de festas mas ao mesmo tempo um verdadeiro inferno. Viva a pinga!

De

Já não mais se importava.

A luz do Sol batia em seu rosto, mas ela já não mais se importava. Acendeu um cigarro e foi andando; queria ela que fosse sem rumo, mas tinha de enfrentar mais um árduo dia de trabalho. Pessoas olhavam e ela não se importava.
Uma lágrima caiu de seus olhos. Não a enxugou. Já não ligava mais de seu rímel estar por todo o rosto, ela só queria que algo de inusitado acontecesse em sua vida.
Acendeu outro cigarro. A maioria dizia que ela matava-se aos poucos. E ela se importava? Não!


De

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Menina boazinha

A boa menina entra num ônibus de viagem e percebe que tem alguém sentado em seu lugar na janela, o que a obriga a sentar no corredor, ela tem a intenção de pedir seu lugar de volta, mas primeiro seria melhor colocar as sacolas na prateleira de cima, infelizmente uma lata de leite condensado cai, sem a menor cerimônia, no seio direito da senhora que estava sentada abaixo. A garota boazinha pede mil desculpas e se oferece para passar um gelol. Satisfeita com a recusa da senhora, a boazinha tenta colocar a segunda bolsa no espaço destinado quando, não se sabe como, a bolsa despenca direto para o colo de uma segunda moça. Diante da confusão e de alguns risos aleatórios só lhe resta colocar a bolsa no chão e sentar em seu assento no corredor, afinal ela está sem moral alguma para requerer alguma coisa.


Laura

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Apenas mais um dia.

Despertador toca. Oito horas da manhã. "Tenho que levantar, tenho que levantar" - penso, até que caio no sono novamente. Uns vinte minutos depois acordo desesperada por estar totalmente atrasada. Puxo uma roupa qualquer da arara e me visto deitada. Completamente sonolenta e esbarrando em tudo como se estivesse bêbada caminho até a sala e me jogo no sofá. "Pra quê trabalhar?" - uma voz berra na minha cabeça  "Anda, levanta, vai trabalhar!" - outra voz que eu assumo odiar grita do outro lado; e como se fossem "diabinho" e "anjinho" essas vozes ficam martelando em minha cabeça, até que eu acabo infelizmente seguindo o anjinho, levanto-me, abro a porta, respiro fundo, suspiro e vou em direção à mais um dia de escravidão.


De

sábado, 14 de maio de 2011

Bazzinga

- Então, porque você odeia tanto a Jups? -Perguntou ele sentado a mesa no almoço de dia das mães.
-Porque quando eu tinha onze anos estava lendo um livro com ventilador ligado, então ela foi lá e puxou o ventilador da tomada dizendo "não gaste minha luz".
-Mas você guarda rancor só por causa disto?
(refletindo mais um pouco) eu disse:
- Não, eu a odeio ainda mais por ter:
  1. Envenenado a maça da Branca de Neve;
  2. Cortado a trança da Rapunzel;
  3. Feito a Bela Adormecida espetar o dedo na roca;
  4. Roubado a voz da Ariel, e
  5. Trancado a Cinderela no quartinho.