segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Guerrilha

Os meus saltos são sem cordas.
Meu cavalo não tem sela.
E assim corro desenfreada.
Sem amarras eu me jogo esperando que não haja queda.

Se nos prestamos a ser guerrilheiros, que não tenhamos medo da morte.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Pelo drama

Pelo vento gélido da insegurança continuar soprando em nossos estômagos,
e a mão invisível apertando nossos corações
a pior sensação do mundo
a sensação que se mais tem
Deixamos "nas mãos do destino" e usamos expressões como "o que tiver que ser será"
coisas que queremos, mas que não depende só de nós,
coisas que mascaramos inutilmente
Esperar, se conformar, negar... "era melhor mesmo não ter acontecido" pode apostar que é mentira.
Isso tudo é pelo drama, pelo prazer de transformar vidas em cenas.
Pra ter um final feliz.

domingo, 14 de agosto de 2011

Domingo

Eu estava cozinhando, espaguete, molho de tomate...ok, ketchup, cenouras, couve-flor e brócolis, fritando pedacinhos de carne, para fazer algo que podemos chamar presunçosamente de yakisoba, quando o telefone tocou então eu li seu nome escrito e o ar congelou em meus pulmões
-olá!
eu disse parecendo casual.
e a conversa fluiu, como sempre faz, deixando minha cozinha um pouco mais animada e cheia de esperança.
uma vez você me perguntou se me fazia feliz.
Agora eu preciso reafirmar, que sim. Você me faz muito feliz.
Mesmo tendo me transformado numa velha que passa dois fins de semana em casa seguidos, assistindo as peripécias de Carrie Bradshaw e cia.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Em trinta segundos...

- Se você gosta dele, porque não esta com ele agora?

Uma longa pausa, separou os dois. Ela estava parada na porta, impedindo a sua saída, tantas palavras  foram ditas, quanta expectativa e magoa presa na conversa. Ela não tinha pudores em ser má com ele, não se importava em dilacera-lo contanto que ele permanecesse longe.

Após a pergunta fatídica, primeiro ela sentiu dor, como uma facada; surpresa e ausência em um golpe certeiro na barriga; o rapaz, não se sabe como, acertou a faca em cheio.

Depois veio a indignação, como ele poderia julga-la pelo fato de estar sozinha? Como ele podia ser tão baixo? ela sabia que ele queria sua cabeça pendurada na parede, não deveria ter se surpreendido tanto.

E finalmente ela vasculhou a mente, procurando uma resposta adequada, havia tantas delas, como um cardume de respostas práticas e até mesmo verdadeiras, mas exatamente como um cardume elas se mexiam rapidamente e era impossível agarrar uma só.

Então decidiu pela constatação óbvia, mesmo ela sendo o ultimo dos motivos, era a que não saia de sua cabeça:

- porque, ele não é meu namorado.

E isso tudo passou por sua cabeça em trinta segundos, como em um filme.

Ele abriu a porta e saiu, acostumado com a resposta corriqueira.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

olhinhos



Os seus olhinhos aquosos olhavam para ele como se perguntassem o que iria acontecer depois, mal sabia ela que o homem, como todo mundo, não sabia a resposta, nem dessa pergunta nem de nenhuma outra.

Diferente dele -que olhava e suspirava apático - a menina queria saber as respostas, estava curiosa demais, aflita demais, para desistir de saber o que se passava.

Então o homem olhou mais uma vez dentro dos olhos brilhantes e molhados e acenou com a cabeça, confirmando. Não sabia o que estava confirmando. Mas em dias assim é sempre bom dizer que sim. alimentar as esperanças dos mais desorientados.

A menina, contente com a confirmação, sorriu aliviada e deixou seus olhos fecharem, mais sossegados. O homem estava tranquilo, então não havia o que temer.



segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Sede. Ansia. Vontade.


Sede de viver a vida, tomando-a em goles fartos
sem medo de acabar com a garrafa.

Ansia de carinho, de não mais estar sozinho
de poder olhar nos olhos e se ver refletido.

Vontade de consertar, de ver funcionar.
de achar dentro de si o amor que se havia perdido.


E os dias passam.
O tempo mata as novidades.
O café esfria,
o vapor acaba.
Mas eu continuo aqui.
Bebo o café mesmo frio.
Leio jornais velhos.
Tentando enganar o tempo.
Até a sua volta...

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Acontece assim, do nada

Ela já não possuía alguma esperança em encontrar alguém que preenchesse seu absurdo vazio.
Ele já não acreditava em coisa alguma que viesse de seu coração e pensava que este estava morto.
Eles tinham ideias parecidas, tiveram seus corações despedaçados.
Ela tornara-se fria e não mais demonstrava qualquer sentimento. Ele recuperava-se e estava tentando voltar a ser o romântico incorrigível de antes.
Eis que ela cruzou o caminho daquele que parecia ser o menino certo e perfeito. E eis que seus corações voltaram a bater e eles deram uma enésima chance para o amor.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Como eu disse que faria.

Com você eu caminho no escuro, as vezes literalmente falando.
Andamos devagar e com cautela como se houvesse alguns pregos soltos pelo chão, e nenhum de nós quer se machucar.
Paro de fazer sentido e deixo as ideias fluirem sem medo do resultado, assim viajando no espaço-tempo sem pretensões maiores de que as ideias sejam aplicadas na prática.
Eu não tenho planos pra você.
E você não os tem pra mim.
Você me olha o menos possível, como se eu fosse fazer você virar pedra ou algo assim.
E talvez eu faça mesmo.
Estamos na contramão um do outro, como se contrariássemos o destino, e mesmo assim eu não desisto.
Não sei porque, eu não consigo ficar longe de você.