- Se você gosta dele, porque não esta com ele agora?
Uma longa pausa, separou os dois. Ela estava parada na porta, impedindo a sua saída, tantas palavras foram ditas, quanta expectativa e magoa presa na conversa. Ela não tinha pudores em ser má com ele, não se importava em dilacera-lo contanto que ele permanecesse longe.
Após a pergunta fatídica, primeiro ela sentiu dor, como uma facada; surpresa e ausência em um golpe certeiro na barriga; o rapaz, não se sabe como, acertou a faca em cheio.
Depois veio a indignação, como ele poderia julga-la pelo fato de estar sozinha? Como ele podia ser tão baixo? ela sabia que ele queria sua cabeça pendurada na parede, não deveria ter se surpreendido tanto.
E finalmente ela vasculhou a mente, procurando uma resposta adequada, havia tantas delas, como um cardume de respostas práticas e até mesmo verdadeiras, mas exatamente como um cardume elas se mexiam rapidamente e era impossível agarrar uma só.
Então decidiu pela constatação óbvia, mesmo ela sendo o ultimo dos motivos, era a que não saia de sua cabeça:
- porque, ele não é meu namorado.
E isso tudo passou por sua cabeça em trinta segundos, como em um filme.
Ele abriu a porta e saiu, acostumado com a resposta corriqueira.
"Um jardim do Éden sem monumentos de prestigios ao verdadeiro rei."
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