sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A festa dos zumbis

Hoje eu bati com a cabeça, o pé direito era baixo demais.
Então parei para olhar entre as escotilhas, eu não conversava com ninguém, não queria falar nem dar margens ao nada.
Comecei então a observar, as pessoas em baixo ouviam música a 95 dB no mínimo, e mesmo assim elas se movimentavam como bonecos de Olinda, apáticos.
Eles bebem, usam o que estão nas lojas, tentam, tentam e tentam, achar algum motivo medonho, na verdade eles só fazem parte do cardume, eles são tão miseráveis e morrem de medo do movimento, morrem de medo da expressão, não suportam a idéia de parecerem ridículos.
As pessoas não se divertem mais, não perdem os limites, mesmo quando estão entre luzes brilhantes e ritmos pulsantes. Tão presas, tão mórbidas, elas só conseguem me deixar triste e desesperançada essa é nossa juventude? Ao som de Strokes balançando os troncos apáticos?
Então eu me vi sozinha, minha cabeça latejava.
Andando em direção a porta do cemitério, e por Deus, eu não estou sendo ironica, andando em direção a exatamente onde todos nós robôs, vamos parar, eu não resisti a auto-piedade, eu não sou empolgada e motivadora em tempo integral, meus olhos antes perdidos no caminho começaram a marejar, por mim e por eles.
Moradores da caverna, saiam de onde estão, a falta de reflexão critica, de subjetividade e de entusiasmo vão sufocar vocês, por favor, dancem com vontade, vivam com alegria, percebam o clima, admirem o céu, leiam os livros. Porque uma hora acaba, e você vai estar sozinho a caminho dos portões do cemitério

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