segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Eu culpo as comédias romanticas

Fechem os olhos e imaginem a cena depois de ler obviamente

Sexta a noite, uma semana depois dela o ter conhecido em uma festa qualquer seis dias atrás.  Ela está em casa usando, shorts e uma camisa cinco vezes maior do que o seu tamanho usual, (nada sexy hum, mas é a triste realidade), os cabelos estão presos em um coque frouxo e ela está na cozinha com a garrafa de mate na mão e o celular na outra. Pra ela segurar o telefone na mão já havia virado um toc, assim como roer as unhas, habito o qual ela foi forçada a abandonar após uma seção masoquista envolvendo extrato de pimenta e lágrimas.
O celular tem sua própria razão de ser, as pessoas podem magicamente falar com você após digitar uma sequência de números codificados então ele tocará sua musica personalizada e toda sua vida ficará bem pois você sabe que ainda tem contato com o resto do mundo, embora o sofá a tv e o pote de sorvete gritem o contrário.
Este aparelho que pode ser uma varinha mágica ou um objeto de tortura , está na mão da menina há pelo menos três horas ininterruptas e há pelo menos duas horas e trinta minutos ela parou de senti-lo como se o aparelho fosse parte integrante do seu corpo. E todo esse melodrama envolve, como não poderia deixar de ser, um rapaz.
Ou  poderíamos deixar o pronome indefinido de lado, não um rapaz mas sim o rapaz; na verdade só seria a bola da vez, o cara pelo qual a menina idiota que segurava o telefone estava afim.
Ela acreditava piamente que ele ia ligar, não só uma vez, mas sim para te dizer bom dia, boa noite e quem sabe, talvez, boa tarde? ela também acreditava que eles iriam sair num futuro próximo, ele a levaria em "seu lugar especial" em um ou dois meses ela conheceria a família dele, eles passariam um final de semana romântico em algum lugar e assim seriam o que convêm chamar de um casal feliz, ah, eu esqueci de mencionar que o status em suas respectivas paginas na internet seriam modificados para um "relacionamento serio".
Mas eu tenho uma triste noticia para dar a essa garota, que poderia ser você, sua irmã, a moça da padaria, sua vizinha, sua colega de classe, sua chefe e até sua avó se existisse celular naquela época.
Esse consciente comum de que a vida amorosa de uma garota vai dar certo é que as deixam assim iludidas, eu poderia culpar os valores, sim os valores que forçam fazem uma garota andar na linha; os valores que andam meio confusos e apagados, esses mesmos valores que comandam a vida em sociedade, ainda bem que a "sociedade" não está dentro das boates da lapa não é mesmo? (...)
Mas na verdade são as comédias românticas, sim Bridget Jones & Cia, a culpa é de vocês! são esses exemplos fictícios onde tudo dá certo, da forma mais improvável de todas e o cara sempre arma o maior carnaval para dizer as palavras que deveriam ter sido ditas no começo do filme sejam elas "eu te amo", "quer namorar comigo?", "eu não sou gay!" ou até "me desculpe por ter transado com a sua irmã, eu sou um idiota". Eu queria ver uma comédia romântica baseada em fatos reais, vamos lá, alguém conhece uma? não?não mesmo? talvez porque elas não existam, acho mais fácil alguém fazer um filme natalino com o Papai Noel no papel principal baseado em fatos reais que uma comédia romântica.
Talvez o cara ligue pra menina, provavelmente eles vão sair sim, vão para o cinema (espero que não assistam uma comédia romântica) ele vai beijá-la e ela não vai recusar, eles vão conversar, e quem sabe ele apresentará a família pra ela, e eles serão o casal feliz; mas isso é um talvez, não uma certeza.
Então garotas, eu tenho um ultimo conselho, talvez o melhor que eu já tenha dado: assistam mais suspense.

Nenhum comentário:

Postar um comentário